sexta-feira, 10 de setembro de 2010

OS NÚMEROS DOS SILENCIOSOS NÃO COMPUTADOS NAS PESQUISAS ELEITORAIS

Nildo Lima Santos. Consultor em Administração Pública.

           As experiências acautelam-nos quando o assunto são números, resultados de pesquisas eleitorais. Primeiro pelo fato da dificuldade em se definir a proporção e tamanho da amostra em um universo de estratificação social complexa e às vezes, impossíveis de se chegar a um bom resultado e acerto, mesmo contando com a aplicação dos estudos estatísticos e suas difíceis equações matemáticas. Tomemos por exemplo uma pesquisa feita em uma sociedade onde, teoricamente, exista uma força política dominante considerada imbatível – seja esta imposta através da coerção sistemática ou através da mídia e, pior ainda, se através das duas situações – e, se coloquem nomes desta força à apreciação popular e nomes de seus oponentes. Teremos como resultados mais óbvios – tanto pelo temor quanto pela indução natural – dos que se manifestam: uma maior indicação para os que no momento representam o poder e, o contrário para os que os repudiam. Entretanto, nas pesquisas, somente são computadas as opiniões daqueles que queiram se manifestar; portanto, os que em hipótese nenhuma poderão representar com clareza e certezas absolutas a grande maioria nos múltiplos estratos sociais complexos e de acentuados graus de diferenças. Vez que, não se tem o registro dos que se recusam às pesquisas, quando abordados pelos pesquisadores e, portanto, nestes, pode-se muito bem ser reconhecida, na recusa ou no silêncio, a sua insatisfação que, geralmente é decorrente do sistema que o oprime ou que lhe é indesejável.

          Muitos resultados de eleições desfavoráveis aos números apurados pelas pesquisas nos dão esta certeza.  Portanto, os números das pesquisas poderão não representar a verdade das preferências. Principalmente neste momento onde estamos vivendo sob o domínio de um Estado Bandido e, do endeusamento, aparentemente, de um líder político que não mede as conseqüências para impor os seus interesses e dos que o seguem. Destarte, a aparência é de aprovação quase unânime. Mas... somente daqueles que concordaram em atender às pesquisas.

          Segundo, pelo fato de que, as pesquisas eleitorais, além da impossibilidade de traduzirem como verdades absolutas em um universo psicossocial totalmente heterogêneo e de difícil estratificação, são também, carregadas de vícios, desde os mais comuns, que são de atenderem aos interesses e conveniências de quem as contratam até a má elaboração dos questionários de pesquisas. Exemplo: uma coisa é perguntar: “- Quem você acha que vai ganhar a eleição? ... e a outra é perguntar: - Você vota em quem?” Na pergunta primeira poderemos obter como resposta o que nos parece ser possível, em razão de contextos, dentre eles a força e poder de determinado grupo e, portanto, o óbvio é que o representante de tal grupo obtenha maior número possível de indicações. Entretanto, quem deu a resposta não necessariamente vote na opção que indicou.

          Portanto, o já ganhou da Dilma é mera especulação para a acomodação da campanha do PSDB, cujos militantes deverão arregaçar as mangas; não para o grito de manifestação dos silenciosos, vez que, estes já têm as suas escolhas e, certamente, não estão com o poder que ora os domina. Mas, para que aqueles que se vendem e, os de pouca ou nenhuma consciência política que não admitem perder o voto, se confundam e, sejam levados a se decidirem somente no dia da eleição.

          Com certeza! ...estas eleições serão decididas pelos números dos SILENCIOSOS.

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