Nildo
Lima Santos
Um bom texto de época, da infância do meu tio Dário, época de 1920,
mas, que é também, um texto que retrata um pouco a minha época na infância,
década de 1950. Extraído do livro desse meu tio, Dário Dias de Souza, com o
título ‘Rio São Francisco – Rio de Janeiro e Outras Reminiscências’; Edição
única do autor de 28/12/1999 – Juazeiro – Ba, pgs. 33 e 34.
A
PALMATÓRIA
Na escola
primária em Santana, enfatizava-se a tabuada. Todos os alunos e, alto e bom
som, cantavam por longo tempo o 2x1 até 10x10 repetindo muitas vezes. Depois, o
sinistro instrumento entrava em cena; no argumento os alunos mais sabidos davam
bolos de palmatória nos que não sabiam. Se um sabichão batia o colega, de leve
ou com muita força apanhava também para aprender a bater.
Juazeiro
também estava em plena era da palmatória, apanhava-se na escola e no próprio
lar, nas casas onde havia crianças a palmatória era um utensílio doméstico
pendurado na parede da sala.
Hoje
prevalece o direito da criança e do adolescente, não se cogita se o atual
sistema não funciona; mais importante é não cometer injustiça.
Em 1927,
procedente de Bonfim, chegou a Juazeiro, com a família o pastor José Lúcio
Pereira, e assumiu a direção da Igreja Batista de Juazeiro. Logo em seguida,
fundou o Colégio Americano Geraldo Rocha, um estabelecimento de ensino moderno
para a época; não havia a palmatória. Dois anos depois, o Sr. José Lúcio,
envolveu-se em outro empreendimento e deslocou-se para o sul. O colégio que já
tinha sede própria, reduziu-se; mas, ficou em boas mãos. O professor Agenor, um
ótimo profissional de ensino, assumiu ao que sobrou do CAGR, conservando a
sigla; inovou, adotando a farda de escoteiro, e instrumentos de percussão, nos
desfiles comemorativos. O colégio acomodou-se em um sobrado, na Orla em frente
ao atual Vaporzinho.
Foto da orla fluvial na década de 20, em Juazeiro – BA
Foto do Vaporzinho ocupando a praça e que ficava em frente ao sobrado informado no texto, até o início do século 20. A propósito, o local onde trabalhei pela primeira vez quando tinha 16 anos no 2º Cartório de Ofício de Notas, junto com o tabelião Durval Barbosa e sua assistente Edna França, depois, ele prefeito da cidade e ela Tabeliã.
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