sábado, 15 de dezembro de 2018

A PALMATÓRIA











Nildo Lima Santos

Um bom texto de época, da infância do meu tio Dário, época de 1920, mas, que é também, um texto que retrata um pouco a minha época na infância, década de 1950. Extraído do livro desse meu tio, Dário Dias de Souza, com o título ‘Rio São Francisco – Rio de Janeiro e Outras Reminiscências’; Edição única do autor de 28/12/1999 – Juazeiro – Ba, pgs. 33 e 34.


A PALMATÓRIA

Na escola primária em Santana, enfatizava-se a tabuada. Todos os alunos e, alto e bom som, cantavam por longo tempo o 2x1 até 10x10 repetindo muitas vezes. Depois, o sinistro instrumento entrava em cena; no argumento os alunos mais sabidos davam bolos de palmatória nos que não sabiam. Se um sabichão batia o colega, de leve ou com muita força apanhava também para aprender a bater.

Juazeiro também estava em plena era da palmatória, apanhava-se na escola e no próprio lar, nas casas onde havia crianças a palmatória era um utensílio doméstico pendurado na parede da sala.

Hoje prevalece o direito da criança e do adolescente, não se cogita se o atual sistema não funciona; mais importante é não cometer injustiça.

Em 1927, procedente de Bonfim, chegou a Juazeiro, com a família o pastor José Lúcio Pereira, e assumiu a direção da Igreja Batista de Juazeiro. Logo em seguida, fundou o Colégio Americano Geraldo Rocha, um estabelecimento de ensino moderno para a época; não havia a palmatória. Dois anos depois, o Sr. José Lúcio, envolveu-se em outro empreendimento e deslocou-se para o sul. O colégio que já tinha sede própria, reduziu-se; mas, ficou em boas mãos. O professor Agenor, um ótimo profissional de ensino, assumiu ao que sobrou do CAGR, conservando a sigla; inovou, adotando a farda de escoteiro, e instrumentos de percussão, nos desfiles comemorativos. O colégio acomodou-se em um sobrado, na Orla em frente ao atual Vaporzinho.   

Foto da orla fluvial na década de 20, em Juazeiro – BA




Foto do Vaporzinho ocupando a praça e que ficava em frente ao sobrado informado no texto, até o início do século 20. A propósito, o local onde trabalhei pela primeira vez quando tinha 16 anos no 2º Cartório de Ofício de Notas, junto com o tabelião Durval Barbosa e sua assistente Edna França, depois, ele prefeito da cidade e ela Tabeliã.

    



         

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