Nildo Lima Santos - Consultor em Administração Pública e em Desenvolvimento Institucional
“Cada povo tem o governo que merece”. Nunca na história deste país, este ditado foi tão bem efetivo e, reconhecido em sua assertiva, como está sendo nos efetivos dias do governo Lula. A palavra povo tem sentido geral e, infelizmente, alcança também àqueles que se contrapõem à determinadas ações do governo e, ao próprio governo em suas práticas. Povo, neste sentido, representa a maioria. Ufa!!! Felizmente! Senão o que seria para a minoria que tem a consciência do que está errado e, a consciência das mentiras, da má fé para com a sociedade – através da corrupção no aparelhamento do Estado – e do cinismo deslavado que passou a ser pré-requisito para a ocupação dos cargos da União, em toda sua extensão orgânica?! A minoria que teve a oportunidade da educação formal e familiar, principalmente, onde foi aprendido de que a mentira não compensa e do que é público é sagrado. Para a minoria que reconhece que a esmola oficial do Estado, através do “Bolsa Família”, não é distribuição de renda, mas sim, a forma mais cruel de aliciamento do cidadão, por condicioná-lo ao comodismo e à aceitação do Estado corrupto, sem a consciência dos direitos que estão a lhe tirar: com a imensa carga tributária imposta; com confiscos e restrições aos benefícios previdenciários a que tem direito, inclusive, os do salário de benefício mais digno sem o famigerado fator previdenciário; com a crise no sistema educacional que não propicia a educação de qualidade; e, com a crise no sistema de saúde que não propicia a assistência básica necessária e tão reclamada pela população nas filas da morte. Crises que são epidêmicas e ocasionadas pelos desvios e roubos costumeiros do dinheiro público, pelos padrinhos e, apadrinhados do Poder - ora Republicano - que se instalaram nos órgãos do Estado Brasileiro para onde levaram as velhas práticas crônicas do oportunismo e da corrupção sindical que, ao longo dos anos, livremente, vêm dilapidando o dinheiro do trabalhador para o benefício tão somente dos oportunistas de ocasião que dirigem as classes trabalhadoras do País, sem pudor e sem as alternâncias necessárias para que o processo democrático evolua e possibilite efetivamente dissipar todos os malefícios e, todas os vícios existentes na política sindical que se fortalece a cada dia com os instrumentos jurídicos oferecidos pelo Estado Brasileiro.
A minoria - a que teve a oportunidade da consciência fácil do que está ocorrendo com o Estado Brasileiro -, reconhece que o Estado corre o risco em sua caminhada para a democracia plena e, tende a se transformar em uma ditadura. Não uma ditadura de classes, mas, a ditadura dos “Dirigentes das Entidades de Classes” que cambiaram os seus interesses das oportunidades econômicas que os Sindicatos e as Centrais Sindicais lhes ofereciam, para as oportunidades econômicas que o Estado Brasileiro está a lhes oferecer com fatores multiplicadores infinitamente superiores. As estratégias são as mesmas: das mentiras, do apadrinhamento, do clientelismo, do patrimonialismo, do nepotismo, da demagogia, da propaganda em abundância, da perseguição e, do aparelhamento.
Portanto, para os que têm a consciência do que é o Estado, este Estado do momento está CORROMPIDO e não é o Estado ideal para a plena democracia e para o cidadão.
* Nildo Lima Santos é Bacharel em Ciências Administrativas, Pós-Graduado em Políticas Públicas e Gestão de Serviços Sociais e, Consultor em Administração Pública.
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