Nildo Lima
Santos. Consultor em
Administração Pública
Em brilhante artigo publicado, em 13/09/2008, na
rede mundial de computadores (internet), no site www.parana-online.com.br, com o título “Carnavalização do pré-sal”, Hélio
Duque – doutor em Ciências, área econômica, pela Universidade Estadual Paulista (Unesp),
autor de vários livros sobre a economia brasileira – por premonição, ou até mesmo, por claro conhecimento, sendo esta última
hipótese a que mais tenho tendência a reconhecer! – já previa o que estava por
vir a acontecer com a Petrobras. A propaganda sem limites do que era real ou
sonho era inconfundível para os atentos observadores e conhecedores do
comportamento dos que estavam e, ainda, estão à frente do comando desta Nação
na ocupação dos mais altos cargos da República. Entretanto, nem ele, nem os
mais astutos avaliadores e analistas políticos conseguiram prever a dimensão do
tamanho da catástrofe que estava sendo gerada para o Estado brasileiro e o seu
patrimônio que é o patrimônio nacional – incluindo a estatal Petrobras que os
brasileiros tanto tinham orgulho, pelo que essa representava ao mundo. Orgulho brasileiro
que se transformou em vergonha nacional e por consequência, mundial. Mas, é forçoso reconhecermos que, Duque, com
conhecimento e habilidade textual, registrou um perfeito diagnóstico do que
estava por vir, com relação ao terrível enredo de drama carnavalesco desenhado
para o sofrimento da Petrobras e do Estado brasileiro em suas múltiplas
funções. Chamou-me a atenção excerto do seu artigo bem elaborado onde,
categoricamente, lembrou-nos: “Em
um país de memória rala torna-se importante recorrer à história, para
desmitificar os assaltantes de feitos que tiveram outros autores.”
Talvez, não soubesse, ou não quis dizer, que os
assaltantes de feitos, eram, também, os assaltantes do dinheiro público e, das
esperanças de um povo que, ingenuamente, levados pelos plantadores de sonhos –
malandros e espertos semeadores de ilusões! – se fizeram cúmplices em um dos
maiores crimes praticados contra a humanidade, reconhecido pela lógica da
relação dos Poderes com os poderosos bandidos instalados nos comandos maiores
da Nação com as prerrogativas relacionadas ao direito e dever de fazer, no
exercício de funções e atribuições típicas de comandos maiores do Estado.
Destarte, o artigo de Hélio Duque, “Carnavalização do pré-sal” merece ser relido com as certezas que temos hoje e
ser arquivado nos acervos da biblioteca nacional como um dos documentos
históricos que refletem a realidade de um dado momento da história brasileira. E,
pelo reconhecido valor, convido-os a visitarem o site, a seguir indicado, para
ler na íntegra esse bom registro da história em forma de artigo:
Em destaque, excertos do artigo de Hélio Duque, in verbis:
“O consagrado escritor Lima Barreto já
alertava que "o Brasil não tem povo, tem público". Para o filósofo
francês Voltaire, "o público é uma besta feroz: devemos enjaulá-la ou
fugir dela". E o sábio Sêneca proclamava: "Não confie muito em causa
aplaudida pela multidão". São reflexões enquadradoras da demagogia
populista geradora de falsas expectativas, formuladas ao longo do tempo, por
notáveis figuras que enriqueceram o pensamento humano.
Estas considerações decorreram do uso
abusivo do marketing eleitoral e demagógico que o governo vem fazendo do
pré-sal como bandeira de exploração política. Chegando ao delírio e desrespeito
litúrgico da própria função presidencial, pela linguagem chula e marginal usada
pelo presidente da República: "Por isso que a água do mar é salgada? É por
causa do pré-sal? Eu pensei que fosse por causa do xixi que as pessoas fazem na
praia, no domingo". Para não ficar sozinho, a ministra Dilma Rousseff o
saudou: "Voltamos ao Sítio do Pica-pau Amarelo. Aquele sítio era o Brasil.
A Petrobras achou petróleo atrás do galinheiro do sítio". Objetivava
homenagear Monteiro Lobato, pioneiro na luta do petróleo brasileiro.
[...].
O fato novo na história brasileira de
petróleo é o volume das reservas localizadas na área de Tupi e Carioca, a mais
de 300 quilômetros
da nossa costa. Mas, para que isso acontecesse diferente do que acredita a
ministra Dilma Rousseff, para quem "o futuro já começou e vem sendo
construído pelo governo Lula", os semeadores desse futuro foram outros
personagens. Em um país de memória rala torna-se importante recorrer à
história, para desmitificar os assaltantes de feitos que tiveram outros
autores.
[...].
A verdade histórica determina que é fundamental
registrar que a descoberta de petróleo no mar, na Bacia de Campos, tem um único
pai: o geólogo Carlos Walter Marinho Campos. Foi a sua determinação e coragem
persistente responsável pela descoberta da maior província petrolífera do
Brasil. Em 1973 demonstrou que havia indícios da existência de petróleo na
parte submersa do poço 1-3-R-157, na área de Macaé. Diretor da Petrobras na
área de exploração aprofundou as pesquisas em parte rasa da costa oceânica, com
investimentos limitados.
[...].”
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