quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Sobre o pensamento complexo. Uma necessidade para melhor hermenêutica no entendimento dos processos







Nildo Lima Santos. Consultor em desenvolvimento institucional




Destaca-se nesta importantíssima área de estudos sobre o pensamento, o pensador francês “Edgar Morin”, o qual em sua obra “Introdução ao Pensamento Complexo” (Introduction à la pnesée complexe, 1990), diz: “O pensamento simples nada mais é do que parte de um pensamento, cindido no seu sentido e em sua importância que termina por se apossar da verdade. O pensamento simples não é necessariamente verdadeiro, dado o processo de simplificação e a tentativa de se apropriar da realidade. Enquanto isso, o pensamento complexo se suporta na ordem, clareza e exatidão no conhecimento, ou seja, se aproxima da realidade.”  

Impressionante é a capacidade que o nosso cérebro tem de dar consistência ao pensamento lógico através dos símbolos. Conhecemos muito pouco da capacidade cerebral que temos. Já se destaca no meio dos estudiosos franceses – cientistas –, nestes tempos contemporâneos, a “teoria do pensamento complexo”. Possuindo tal capacidade àquele indivíduo que é dotado de conhecimentos diversos – das múltiplas áreas do conhecimento humano – e, portanto, é capaz de dá soluções para problemas complexos com muita facilidade e rapidez; dado ao fato do cérebro, de forma lógica, sistematizar os elementos para as respostas e os arranjos possíveis para soluções mais precisas e viáveis para os problemas. Às vezes ao escrevermos sobre determinado assunto e, depois de passado muito tempo, ao voltarmos a lermos, temos dúvidas de que fomos nós mesmos que escrevemos aquele texto. E, nos perguntamos surpresos: - Eu fui capaz de escrever isto?!...

As soluções vêm naturalmente, à nossa mente, sem que percebamos. Receitas que sugiro, para se chegar a essa condição: Adquira: Informações... informações... informações...! ...o máximo que puderes. Mas, sempre associando a alguma coisa útil e lógica com o emprego em algo concreto na vida. Então, parta para sistematizar e, sistematize... sistematize... sistematize...! ...sempre que puderes. Pois, a partir daí, o cérebro estará preparadíssimo para a compreensão rápida das ordens que serão a ele encaminhadas, pela necessidade da consciência, o qual funciona assim como uma complexíssima central de processamento de dados no ordenamento de tais dados e produção de informações, em rapidez e respostas inimagináveis pelo ser humano. É verdadeiramente a energia da consciência, operando. É a alma...! Uma energia que não morrerá jamais...! E, assim, é que se constroem – se criam – sistemas operacionais em geral, boa literatura, bons projetos físicos e sociais, materiais e imateriais, além de normas procedimentais e jurídicas, dentre outras. Portanto: RACIOCINE!!! TEORIZE!!! É ISTO SIMPLESMENTE...

Em palestra, Edgar Morin, disse: “É preciso reagrupar os saberes para buscar a compreensão do universo”. O pensador francês propõe a hierarquização e a organização do saber no pensamento contemporâneo. "Devemos contextualizar cada acontecimento, pois as coisas não acontecem separadamente. Os átomos surgidos nos primeiros segundos do Universo têm relação com cada um de nós", informa-nos o pensador.

Eu diria, que, as superficialidades nas observações dos dados e das informações deverão ser massificadas de tal ordem que o pensar possa passar de um estado – situação – sem muita lógica, automaticamente, de forma gradativa, para um pensar mais coerente, e de maior lógica na forma de se raciocinar do cérebro humano que os absorve sorvendo cada dado e informação para a profundidade da consciência. Consciência que têm a capacidade do processamento dos dados e informações, não compreensíveis ao observador no primeiro momento e que nas operações complexas do nosso cérebro e consciência, se arrumam com tamanha rapidez e precisão, que ao pensador com esta capacidade parecem simples demais. Não se apercebem do tanto quanto a simplicidade se tornou em função de horas – muitas horas mesmo! – foram necessárias ao longo da vida para a absorção de entrada de dados e informações que lhes permitiram o raciocínio, simplificado, prático e rápido da solução do problema. Justifica-se e reconhece-se que cargas do conhecimento dos nossos ancestrais são para nós – seres humanos – transferidas através da genética pela hereditariedade. Quanto a isso não há o que ser contestado! A carga genética do conhecimento transferido faz-nos reconhecermos, portanto, que o aprendizado dos nossos pais e avós, e assim por diante, são transferidos quando ocorreu no momento da nossa geração. E, quanto mais conhecimento sistematizado tinham os nossos ancestrais sobre determinada ação, solução e/ou problema, mais fácil se torna possível essa transferência detectada automaticamente pela nossa consciência, que nada mais é do que: “a energia da alma que é eterna e ilimitada, que temporariamente habita a matéria com cargas insaciáveis de demandas”. Destarte, à medida que a entrada de novas informações vão se agrupando no cérebro humano e integrando definitivamente a consciência, sendo parte dela – portanto, parte da alma –, mais facilmente o cérebro as processará e de forma tão natural que parecem ser simples demais.  

Justifica-se, portanto, a necessidade de cada vez mais absorvermos mais dados e informações nos diversos níveis do conhecimento humano. De preferência, no exercício rotineiro de darmos sentido à busca da lógica para definitivamente condicionarmos a máquina humana – através do cérebro que é o mais perfeito órgão do corpo humano com dimensões incalculáveis –, ao ponto de produção de soluções nos raciocínios que se tornarão naturais e instantâneos produzidos pelo cérebro efetivados na consciência do indivíduo humano que chegou a essa capacidade.


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