sexta-feira, 22 de agosto de 2008

O Predomínio das Ciências Comportamentais no Novo Milênio. Perspectivas de Grandes Oportunidades para os Administradores.


Artigo publicado na Revista Com Você de Outubro de 2000.

*Nildo Lima Santos

Com o colapso gradativo dos sistemas burocráticos do Comunismo e do Capitalismo, ambos com graus excessivos de extremismo ideológico: - que valorizam sobre todas as coisas a suprema hegemonia dos dominantes -, está surgindo uma “terceira via” que não nos parece ideológica, mas sim, de solidariedade humana, que se sobrepõe às antigas razões do homem já em crise profunda que sempre fizeram prevalecer nas sociedades: o culto ao indivíduo, o individualismo egoísta; e, a subserviência à ditadura do capital e dos órgãos burocráticos do Estado.

Em todas as situações dos extremos ideológicos sempre prevaleceu o econômico que é a força justificadora como meio para dominador e dominado manterem o equilíbrio desta relação mútua que caracteriza os sistemas capitalista e comunista. Esta consciência, o povo europeu – bem mais evoluído graças às heranças culturais milenares – já tem. E, portanto, está na dianteira na construção de uma sociedade solidária mundial onde prevaleça a solidariedade humana e o respeito entre os povos e as nações com suas tradições e costumes. É nesta solidariedade que reside a essência da “Terceira Via” definidora da estrutura da nova sociedade. Destarte, é esta via que definirá a estrutura do Estado Moderno. O Estado que efetivamente represente o povo e a ele preste os seus serviços em relação mútua de respeito no padrão das normas sociais estabelecidas pela maioria dos cidadãos. Daí então, já não prevalecerá o Estado tirano arquitetado pela força do capital econômico que estratégicamente se camufla nos princípios democráticos confundindo a sociedade no uso das máximas das ciências econômicas, principalmente da “Lei da Oferta e da Procura”.

Com a busca da “Terceira Via”, os Estados subdesenvolvidos e os em desenvolvimento, serão pressionados pelas instituições civis internacionais e nacionais, daí procurarão recuperar o tempo perdido. Para tanto, terão que recorrer às ciências comportamentais que efetivamente são capazes de mudarem as organizações: Estados; instituições públicas; instituições privadas; e, instituições civis. Neste estágio, as organizações necessitarão de maior agilidade para atenderem às novas demandas da sociedade, principalmente, as instituições públicas que sofrem pelo imenso abismo que os separam dos Estados desenvolvidos onde os processos já estão aperfeiçoados e adequados à evolução das ciências comportamentais e das novas tecnologias de processos de informações.

Especificamente, no Brasil, surgirão imensas oportunidades para os técnicos da área organizacional “para os que efetivamente trabalham com as ciências comportamentais”. Portanto, estas oportunidades serão destinadas aos Administradores de Empresas qualificados nas múltiplas áreas que os tornem capazes de arquitetarem estruturas, sistemas e processos que adequem todo o comportamento organizacional às novas exigências do “Estado Moderno”; o qual, a contragosto dos neo-liberais se fará mais presente nas ações reguladoras do comportamento da sociedade que gradativamente se consolidará fazendo sucumbir a inútil e excessiva burocracia do Estado absoluto e tirano. Não existirá mais o Estado atual, mas, um outro Estado que será o Estado definitivo, legítimo e soberano que atenda as demandas da sociedade. Um Estado mais complexo, entretanto, mais lógico onde seja efetivamente levada em consideração a força das funções planejamento e controle sem os excessos decorrentes da ineficácia e ineficiência dos processos que hoje imperam por forças corporativistas que alimentam a corrupção no nosso País.

Com a mudança do Estado, inevitavelmente e paralelamente, mudará, com primor, o processo de escolha dos dirigentes públicos e das organizações privadas e civis. Com isto, órgãos públicos passarão a ter administradores mais sensíveis e mais conscientes da necessidade de especialistas. Daí, o surgimento da empregabilidade para os Administradores, principalmente, daqueles que tenham a capacidade de elaborar estruturas e normas administrativas que criem ou modifiquem processos e sub-processos organizacionais.


*Nildo Lima Santos. Bel. em Ciências Administrativas. Pós-Graduado em Políticas Públicas e Gestão de Serviços Sociais. Consultor em Administração Pública.

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