Um oportuno questionamento do amigo Mário Gomes em sua
Carta Aberta a Juazeiro II, a qual retrata uma cidade que, infelizmente se
constata nestes dias onde o Estado está atrofiado pela pequinês dos seus
agentes públicos e de grande parte da população que os elegeram e elegem e
propiciam as suas escolhas – as escolhas dos demais agentes, inclusive, através
de malditas cotas, que efetivamente nega a supremacia do interesse público – onde
culmina na natural negação do mérito e qualidade em todos os sentidos, sejam
estes: humanos ou materiais. Caro amigo Mário Gomes, faço de suas preocupações
as minhas próprias decepções e preocupações – decepções por ser obrigado a
concordar com tais afirmações e preocupações em razão de nada acontecer para
que tal ordem de sentimento, ou da falta de sentimento, deixe de prosperar na
permissão de acumulações de desmandos e deterioração de um Estado que já se
reconhece, no geral, como Estado Bandido. Infelizmente... é isto que se
constata. Nildo Lima Santos
SEGUNDA CARTA ABERTA A JUAZEIRO, POR MÁRIO GOMES:
CARTA ABERTA A JUAZEIRO II
"Se
o presente critica o passado, não há muita esperança para o futuro".
COMO PENSAMOS PEQUENO!
Estou
mais que consciente do efeito do provérbio acima. Até porque faço parte da comunidade
Juazeirense, juntamente às famílias, aos profissionais, estudantes e
professores, profissionais liberais, artistas, sindicatos, políticos,
autoridades civis, militares, executivo, legislativo e judiciário.
Está
devidamente registrado, principalmente no Diário da Região, as vezes que
defendi Juazeiro. Hoje, diante da evolução das comunicações, faço ainda no
Diário, acrescentando os novos meios, como Redes Sociais. Aliás, há quem diga
que elas hoje, valem mais que a imprensa falada escrita e televisada. Afirmam:
esse novo meio, mente como os outros, aumenta como os outros, diminui como os
outros, manipulam como os outros, mas não esconde como os outros. Se eu escondo
o outro divulga. Se o outro esconde eu divulgo.
O
que vou relatar aqui, sem sombra de dúvidas, terá aprovação, desaprovação e
ainda os neutros.
Quero
tratar da nossa estima. Como acontece comigo e com você, às vezes alta, às
vezes baixa. Na minha visão, Juazeiro passa por um momento muito delicado. Sua
maré está baixa e estagnada. Há quem ache até, em nível preocupante. Podendo-se
dizer ainda, que estamos com a síndrome do derrotismo, do pensar pequeno. De
fazer o mínimo e de encolher o máximo.
Juazeiro
da Bahia, segundo um folheto produzido por um pesquisador, dentro das
curiosidades, em cidades do Brasil, consta que ela tem o maior número de
artistas por metro quadrado. Cantores, compositores, escultores, pintores,
produtores musicais, jogadores de futebol, judocas, atletas de maratonas,
nadadores etc. Motivo de Orgulho! Por que pensamos tão pequeno?!... Por que
aqui tudo chega com atraso! Por que fazemos e escolhemos o menor, o menos
importante. Por que parte do nosso povo é tão apático, embora tão hospitaleiro.
Por que nós costumamos desvalorizar o bom e apoiar algumas iniquidades?!... Por que o nosso Legislativo hoje é tão morno?!
Se o próprio Evangelho diz que ou quente ou frio, o morno será vomitado! Por
que não temos mais os debates de ideias?! Em todos os parlamentos deveremos ter
a situação e a oposição. Os parlamentares nunca devem ser totalmente amansados
ou totalmente rebeldes.
COMO PENSAMOS PEQUENO!
Em
conversa com uma amiga, sobre as coisas de Juazeiro, fiquei estarrecido. Dizia
ela: "tenho ódio de João Gilberto. - Por que? - Porque ele não dá bola
para Juazeiro. - Minha amiga, João Gilberto é cidadão do Mundo, orgulhemo-nos
disso!
COMO PENSAMOS PEQUENO!
Construímos
uma UPA tão pequena, que mesmo depois da reforma, cabe dentro da UPA de
Petrolina.
COMO PENSAMOS PEQUENO!
Na
duplicação da Ponte Presidente Dutra, tudo foi realizado do lado de lá. Em Juazeiro, ZERO. Depois de inaugurada a
ponte "picolé", toda essência em Petrolina e o "palito" em
Juazeiro, vieram as brigas políticas... Para solução: construir rampas. Ai estão elas, estreitas e íngremes. Sujeitas a acidentes. Clamamos por nossas
forças políticas estaduais.
COMO PENSAMOS PEQUENO!
Há
mais de 8 anos, foi iniciada a construção do Anel Viário, até agora emperrado.
Restou-nos a propaganda e a promessa.
COMO PENSAMOS PEQUENO!
Há
quem diga que a Prefeitura de Petrolina tem aproximadamente 300 cargos de
confiança: a de Juazeiro, aproxima-se de 900. Há quem diga ainda que na
Prefeitura de Petrolina atuam entre 05 e 06 advogados; na de Juazeiro temos + que
20. E mais: na cidade de Petrolina, os cargos de 1º e 2º escalão, são ocupados
pelos filhos ou residentes ali; em Juazeiro, são ocupados, na sua grande
maioria, por aliados ou importados. Ai me vem a lembrança forte do Prefeito
Jorge Khoury. Em novembro do ano 1982, esteve em nossa casa para convidar
Graciosa para ocupar o cargo de Coordenadora de Educação, cargo hoje
correspondente a Secretária. Dissemos - lhe: Jorge nós não votamos em você.
Resposta: "Não estou aqui a procura de votos. Minha equipe será formada
com base na competência e não na eleição, claro, se possível juntaremos o útil
ao agradável. Preciso da professora para
me ajudar. A eleição passou, agora é trabalho.
COMO PENSAMOS PEQUENO!
Existe
um provérbio popular, muito indicado para Juazeiro, hoje: "Pensando na
morte da bezerra" - lembrado pelo brasileiro para se referir aos que vivem
no "mundo da lua", distraídos, alheios ao que se passa. Distante da
realidade moderna; das comunicações rápidas; do pensar grande; do fazer sem
discriminar; do realizar para depois propagar; do avanço da nova sociedade.
ACORDA JUAZEIRO.
Vamos
levantar a auto-estima de Juazeiro!
... Até mais vê. Estaremos de
volta.
MÁRIO GOMES
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