Uma bela poesia que,
publico-a em homenagens simultâneas ao autor Dário Dias de Souza, a
qual fala sobre o Rio São Francisco - nosso berço, dele e meu! – extraída do bom
livro que é um registro histórico de minha família – meus ancestrais! - e do milagroso rio que integra o título de sua obra: “RIO SÃO FRANCISCO, RIO DE JANEIRO E OUTRAS
REMINISCÊNCIAS” pgs. 6 e 7. Nildo Lima Santos
Foto de Dário Dias de Souza década de 30 para década de 40. Exército, Rio de Janeiro.O exemplo de um bom militar e estudioso da vida cotidiana que a observava como poucos. Culto e próspero chegando a ser oficial superior na instituição militar que serviu a partir do meomento que assentou praça no Exército.
Ipsis litteris,
a bela poesia que deslumbra por ser o retrato de uma parte do milagroso Rio São
Francisco, a seguir transcrita:
DESLUMBRAMENTO
Dário Dias de Souza
“Oh! A poesia da natureza!No entanto, estas coisas me entristecemPorque sei que não tornarei a vê-las...” (...?)
Rio São Francisco!
Moitas de angari na ponta da ilha,
Calumbi que se agarra ao barranco
E não há correnteza que o faça desgrudar.
Capim cabeludo chiando ao roçar a canoa,
Peixe saltando para dentro da embarcação.
Carrancas – barcas de toldo abaulado
Semblante medonho
Ao sabor da correnteza!...
Socó em vôo lento de uma à outra margem,
Cabaças boiando, e cordas com anzóis
Esperando o surubim de lombo sarapintado.
Fogo aceso à sombra do jatobazeiro!...
Cabra remeiro em sua toada dolente
Contando histórias de caboclo d’água
Estrada e prata! Lua que deslumbra,
Vela branca rio acima
Carnaubeiras saudáveis!
Lá vai a onça preta, rabo de maçaroca!...
Ê Ê Êi... ta bicha danada...
No mormaço há um respingo.
Barrancos se esboroando,
Paquete carregado de melancia
Curimbatá e farinha de vazante.
Cachoeira grande!...
Rio que atrai!...
Cânion sagrado de místico esplendor!
Imensidão que induz a meditar
E a esquecer todos os sofrimentos!
Sinfonia celestial que devolve a tranquilidade.
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