O dom da gratidão, infelizmente, nestes tempos novos que estamos vivendo, tem sido raro. Dom este que não falta nem jamais faltará ao homem de bem. Virtude esta que, uma vez presente, se eterniza no espírito e vicia em intensidade bem maior que qualquer potente droga. O bem é realmente o toque Divino que ao tocado transborda-o de felicidades. É a verdadeira felicidade do espírito, ou como queiram, da alma! O bem é um estado muito mais fácil de ser reconhecido pela natureza maior de agradar mais a quem o faz, entretanto, a gratidão, que depende do reconhecimento de outro indivíduo e, em maior intensidade àquele que se beneficia é, bem mais difícil de ser vista, já que as manifestações humanas não são tão espontâneas na credibilidade quanto aos interesses daqueles que praticam o bem. Razão: “a humanidade nestes tempos se distancia a cada dia do humanismo e dos pensamentos Cristãos e, cada indivíduo vive a sua oportunidade que é conquistada com sacrifícios extremos, pois, rareiam-se os bens naturais para saciar as necessidades básicas do ser humano.” Portanto, esperar gratidão é querer muito, a não ser daquele que realmente é do bem e, vive para o bem. Daquele que o provérbio “Fazer o bem sem olhar a quem...” tem duas faces dadas pelas interpretações. A primeira a de que “o bem deve sempre ser feito sem a espera de retornos, portanto, independente da gratidão”. E, a segunda a de que “o bem recebido por aquele que é do bem, terá sempre a sua gratidão”.
Das ideias em arranjos filosóficos no prólogo deste artigo
que tem por objetivo transcrever relatos do homem público – homem de bem e, homem público do bem – Rivadávio Espínola
Ramos, popularmente conhecido como Professor
Rivas, meu grande amigo, sobre o início de sua trajetória política quando
se adentrou – graças ao bom Deus – na administração pública, já que,
reconhecidamente e, historicamente, era um homem público desde a sua juventude
quando iniciou sua participação nas instituições civis da cidade de Juazeiro –
Bahia. Objetiva, ainda, demonstrar a facilidade e simplicidade, com que, o Professor Rivas, em seu livro “Convivendo com a memória” diz coisas
básicas para um Estado competente, seguro e duradouro, destarte, comungando com
o meu pensamento, tanto, com relação às teorias, inclusive, as pensadas e
arquitetadas por Montesquieu – o pensador do Estado Moderno –, quanto à moral e
ética pensadas pelos grandes filósofos, dentre os quais os filósofos: gregos Sócrates,
Platão e, Aristóteles; alemães Kant e Hegel; e, o filósofo holandês Spinoza. E,
por fim, demonstrar a gratidão do escritor aos seus amigos e, em especial a mim
como um dos seus colaboradores, quando no exercício da vida pública; e ao mesmo
tempo agradecer à honrosa deferência que a mim foi feita e, familiares em
páginas do seu – nosso! – bom livro que presenteia a sociedade com bons referenciais
comportamentais e históricos que se eternizarão. Destarte, reparando parte de
nossa história, já que os arquivos públicos sempre foram desprezados pelos
governantes em geral, não somente me referindo ao Município de Juazeiro – e, de
nossa parte, quando estávamos a serviço da sociedade no exercício de cargos
públicos não houve descaso, pois, sempre cumprimos com o nosso dever e,
discutíamos e realizávamos a forma mais eficaz, em cada época, para a
preservação da memória da cidade, ora liderados por Jorge Khoury e, José
Raymundo Guimarães, ora por Misael Aguilar e, sempre pelo Professor Rivas
quando Secretário de Administração e, quando Prefeito. Os documentos públicos
foram mapeados, catalogados, fichados e, organizados em arquivos sistematizados
de sorte que, intencionamos dar garantias à sociedade e servidores dos
registros e dados para o atendimento dos seus interesses e demandas, que sempre
se relacionavam e se relacionam à vida da comuna e que se referem: às
transmissões imobiliárias; posse das terras, inclusive, pelos poderes públicos;
garantias de heranças; garantias previdenciárias e trabalhistas; dentre muitas
outras utilidades para a vida cotidiana. Graças
ao bom Deus, tive boas escolas e, as mais importantes delas, o breve exercício
no Cartório do ex-Prefeito Durval Barbosa, quando tinha apenas quinze anos e,
mais tarde no Exército Brasileiro que foi a minha maior escola de vida: na
ordem, na disciplina, na responsabilidade, no compromisso e, acima de tudo, na
democracia – que a reconheço pelo servir do Estado
ao povo e, não o servir-se dos seus representantes em detrimento do povo. E, posteriormente, ainda no Rio de
Janeiro e, depois em Brasília quando assumi funções básicas de controle na
reestruturação de empresas estatais – antigos departamentos da administração
direta federal subordinados a Ministérios sucateados pelos poderes políticos
que antecederam as administrações militares. Portanto, aos meus superiores,
civis e militares a minha gratidão pela oportunidade do aprendizado. E, ao meu
bom amigo, professor Rivas, a minha gratidão pelas elogiosas palavras e boas
deferências que massageiam, com certeza, o meu ego. E, ainda, a minha gratidão às
oportunidades que a mim foram dadas por este grande homem e que permitiram me
auto avaliar e, a avaliação por outros dirigentes públicos e, que me servem até
o dia de hoje na certeza de que posso continuar sendo útil às administrações
públicas e à sociedade que sofre impiedosamente pela falta do efetivo e
definitivo padrão de comportamento necessário ao desempenho das funções
públicas.
Do que comungamos sobre servir e o Estado e, que constam do
livro “Convivendo com a memória”, do
autor Rivadávio Espínola Ramos:
“Agora sim. Temos um grande POLO EDUCACIONAL
INSTALADO EM Juazeiro/Petrolina (sic) que tenho certeza será a base e
sustentáculo para o desenvolvimento do Município e da Região.”[1]
“Todas estas conquistas não aconteceram da noite para o
dia. É o resultado da soma de esforços dos Poderes Públicos, Associações
Privadas, da posição decidida da IMPRENSA e do povo em geral que a cada dia
fica mais consciente do seu poder de participação. Agora mesmo estamos
assistindo durante este mês de junho/2013, a essas manifestações legítimas,
desde que ordeiras, em todo o território Nacional, reclamando o cumprimento das
conquistas da Constituição que não estão sendo cumpridas ou até modificar a
legislação no que for possível, pois não estão satisfeitos com modelo
administrativo que aí está. Nunca é demais lembrar, que o único caminho para
diminuir o fosso que ainda existe entre os que têm muito e os que nada possuem,
é a EDUCAÇÃO.”[2]
“Fica patente então, que o conhecimento
adquirido seja na base escolar, nos livros didáticos, na leitura generalizada,
viagens, etc., sobre o horizonte dos indivíduos, que passam a ver o mundo de
forma diferente.”[3]
“Sempre gostei de estar no meio da juventude estudantil,
para aprender mais. Eles estão conectados com o mundo moderno e têm muita
informação para repassarem. Vamos acreditar nos jovens que lutam por seus
projetos [...] Porém nunca devemos esquecer que mesmo com todo este
desenvolvimento tecnológico e modernidade dos dias atuais, É SEMPRE BOM, IMITAR
O QUE É BOM. Mas, nunca se esqueçam de um grande ensinamento: “Manter a coerência entre o discurso e
prática é o que faz a diferença”.[4]
“Entrei na política ativa por acaso com muita resistência
em fazê-lo. Convocado que fui com muita insistência, pelo meu grande amigo
Jorge Khoury, que tinha acabado de assumir o Cargo de Prefeito de Juazeiro,
para fazer parte da Equipe de Governo.
A princípio relutei em aceitar explicando os motivos e ao
mesmo tempo honrado com o convite, pois achava que ele poderia encontrar outras
pessoas mais capazes para exercer aquela MISSÃO. [...].”[5]
“Longe de nós o pensamento de que um dia teríamos que
enfrentar aquele desafio. Agora estava a realidade à nossa frente. Falar é
fácil. Difícil é a realização dos sonhos. Mas quem não tem a coragem de
enfrentar os desafios, nunca vai acertar nem errar. O Grande Aristóteles, afirmava
ser o homem um animal político. [...] É bom que se reponha a importância e a
dignidade da política, que vem sendo permanentemente bombardeada nos tempos em
que vivemos, com ou sem razão. Em geral, nesse bombardeio, misturam-se alhos
com bugalhos, e a crítica justa perde-se junto com equívocos que terminam por
desqualificar inteiramente a política, como se ela não fosse uma necessidade de
vida entre os homens.
[...].
A falta de princípios morais faz com que impere em nossos
relacionamentos, a famosa tentativa de se tirar vantagem em tudo. [...]. Fica
patente, a necessidade de uma renovação moral de nossa sociedade, de uma vida
guiada por valores. Quem não se guia por valores, acaba fazendo do ter, do
poder e do prazer os seus deuses.”[6]
“Foi
um período bem produtivo para o Município, pois o jovem Prefeito deu sorte na
escolha da Equipe e o tempo do mandato foi prorrogado por mais 02 anos, dando
mais condições de concluir e executar vários projetos. Juazeiro nos anos 80
dava início a uma nova fase na Administração pública.
[...] juntamente com uma Equipe imbuída dos
melhores propósitos deram relevância à estrutura ORGANIZACIONAL. Com recursos
provenientes do Banco Mundial, para “Cidades de Porte Médio”, foi possível
trazer para Juazeiro, pessoal técnico capacitado (Engenheiros, Economistas,
Administradores, Assistentes Sociais, etc.), aproveitando é claro a prata da
casa que era de excelente qualidade. (destaque nosso).
[...]
Sei apenas que na área do Executivo (no período)
cumprimos com as exigências legais, inclusive realizando algumas audiências. O
que atrofia o planejamento da cidade, não é só a falta de projetos. É mais uma questão comportamental dos
ADMINISTRADORES PÚBLICOS de nossa querida Juazeiro e de muitos municípios
brasileiros, para quando assumirem o poder passarem uma esponja nas desavenças
de campanha, dando sequência e aproveitando aquilo que foi feito de bom pelos
antecessores, para que o Município e por consequência a população não sofra com
a descontinuidade prejudicial.”[7] (destaque nosso).
Da citação de agradecimento a mim como um dos que colaboraram
com o autor do livro “Convivendo com a memória”:
“Uma das maiores virtudes do ser humano é a
gratidão. Por isso tenho sido repetitivo em agradecer já o fazendo em alguns
capítulos anteriores, pois quando a lembrança me chega aproveito para não
esquecer lá na frente.
[...].
Falo agora de um
período em que convivi com muitas pessoas no SERVIÇO PÚBLICO, quando fui
Secretário de Administração e Finanças em dois governos e depois como Prefeito.
Ainda hoje, sou tratado com muita generosidade por todos os servidores com quem
trabalhei.
Antes de aceitar a
proposta do ex Prefeito, Jorge Khoury, para ser Secretário de Administração e,
depois de Finanças, fui levado por Jeová Martins Ferreira, (meu cunhado),
competente e honesto profissional, respeitado por todos não só pelo
conhecimento e experiência que tem no SERVIÇO PÚBLICO, mas especialmente pelo
jeito simples, educado e fidalgo com trata aos que precisam dele. [...].
Foi ele que me apresentou ao então SERVIDOR do Município, Nildo Lima, que me ensinou as
primeiras letras para enfrentar aquele novo trabalho. Não conheci ninguém até
os dias de hoje que tivesse maior conhecimento dos serviços públicos que Nildo. É uma pena não aproveitarem como
devia um quadro tão qualificado em nossa Região, pois pelo que se sabe os
Municípios são carentes de pessoas capacitadas, para atenderem as exigências da
Lei de Responsabilidade Fiscal. Naquele dia, no escritório no antigo cinema,
conheci e fiz um grande amigo.
Foi uma surpresa, conhecer nos anos 80, uma pessoa de
Juazeiro, filho do Sr. Nivaldo Lima, que ainda foi meu aluno na Escola Técnica
de Comércio de Juazeiro, conseguindo formar-se, mesmo já tendo certa idade.
A surpresa não
era por ser filho de um amigo e irmão maçom, foi descobrir naquele jovem um potencial de conhecimentos na área
pública administrativa, que não estava sendo aproveitado como devia. Dali
em diante iniciou uma grande amizade e fomos parceiros no sonho de melhorar os
serviços públicos em nossa cidade, tentando promover melhores condições de vida
ao seu povo.
E Nildo esteve
comigo no Governo Jorge, no governo Misael e no nosso período, sempre exercendo
funções destacadas e colaborando com uma nova estrutura organizacional para o
Município. Ainda hoje, presta consultorias para várias Prefeituras e é
responsável pela administração do Instituto Brasil em nossa cidade. Falando
de Nildo Lima, temos que nos lembrar
de uma excelente servidora pública, que é sua irmã, Neide “Lima” (sic) “Dias”,
Arquiteta de formação e profunda conhecedora dos problemas URBANOS, SOCIAIS E
ECONÔMICOS do nosso Município. É uma verdadeira enciclopédia, quando se trata
dos problemas fundiários de nossa cidade, e vem prestando relevantes serviços
durante estes últimos trinta anos.”[8] (Destaques e correção nossos).
[1]
RAMOS, Rivadávio Espínola – Convivendo com a Memória, Gráfica Bandeirante, 1ª
Edição, 2014, Petrolina-PE, pg. 40.
[2]
RAMOS, Rivadávio Espínola – Convivendo com a Memória, Gráfica Bandeirante, 1ª
Edição, 2014, Petrolina-PE, pg. 40.
[3]
RAMOS, Rivadávio Espínola – Convivendo com a Memória, Gráfica Bandeirante, 1ª
Edição, 2014, Petrolina-PE, pg. 42.
[4]
RAMOS, Rivadávio Espínola – Convivendo com a Memória, Gráfica Bandeirante, 1ª
Edição, 2014, Petrolina-PE, pgs. 64 e 65.
[5]
RAMOS, Rivadávio Espínola – Convivendo com a Memória, Gráfica Bandeirante, 1ª
Edição, 2014, Petrolina-PE, pg. 76.
[6]
RAMOS, Rivadávio Espínola – Convivendo com a Memória, Gráfica Bandeirante, 1ª
Edição, 2014, Petrolina-PE, pgs. 77 e 78.
[7]
RAMOS, Rivadávio Espínola – Convivendo com a Memória, Gráfica Bandeirante, 1ª
Edição, 2014, Petrolina-PE, pgs. 80 e 81.
[8] RAMOS,
Rivadávio Espínola – Convivendo com a Memória, Gráfica Bandeirante, 1ª Edição,
2014, Petrolina-PE, pgs. 176, 177, 178 e 179.
Nenhum comentário:
Postar um comentário