Nildo Lima Santos
Estamos vivendo o que
jamais admitiamos que se chegaria a acontecer no final do século vinte para
início do século vinte e um. Achávamos que a partir do apeamento dos militares
dos cargos públicos tradicionalmente ocupados por civis, o país, de fato já
estaria preparado para ser dirigido democraticamente por civis surgidos dos
quadros dos partidos políticos legalmente instituídos. Ledo engano! Vez que, o aparelhamento
do Estado, em qualquer situação gera sequelas à sociedade, mas, durante o regime militar se tratava de
uma necessidade para o bem do Estado em determinado momento, já que, antes de
1964 o nível de corrupção e, a irresponsabilidade com o que era público e os
riscos que se estavam impondo à soberania do Estado quando tentavam o seu
realinhamento com a Rússia – e, hoje já temos consciência do que aconteceu com
as nações que se submeteram ao regime ditado pela Rússia! – exigia-se
providências urgentes e, então, em certa escala houve a necessidade do
aparelhamento de parte do Estado, mas, restringindo-se, à esfera federal.
Era de fato o
aparelhamento do Estado para o bem do Estado e, daí foi possível impor as
mudanças necessárias para a época atendendo às demandas da sociedade moderna
com relação a padrões de comportamento, educação, saúde, infraestrutura física
e econômica. O sistema previdenciário foi fortalecido e, desafogado pelas
oportunidades criadas através dos inúmeros sistemas de previdência complementar
e fundos de pensão privados, inclusive das empresas estatais que garantiam aos
empregados públicos um futuro digno. Foi o aparelhamento por necessidade e pela
competência ancorado na responsabilidade com o que era público, separando-o do
que era privado. Foi implantado o sistema da meritocracia para a ocupação de
qualquer cargo público. Então, as sequelas foram as mínimas, mas, as que
permaneceram foram fatais e de ordem comportamental já que a sociedade não se
acostumou à democracia e, não são os militares os culpados, vez que, isto vem
de longe e, o período militar apenas interrompeu a continuidade dos desmandos
que já tinham características idênticas a regimes totalitários e, portanto, já
caminhavam para este lado. Destarte, antes do regime militar, não se respirava democracia,
mas “oportunismocracia” que era
propiciada pelo despreparo das classes dos ditos trabalhadores que a qualquer
custo tentavam se impor em favor dos interesses daqueles que os manobravam e,
que eram interesses de si mesmos, na ambição dos cargos públicos que lhes
pareciam fartos em seus desejos econômicos financeiros que seguramente lhes
propiciassem a ascensão rápida sem a necessidade de se prepararem para o
exercício dos cargos e funções, mas, tão somente pelas vias do discurso fácil
demagógico e, da influência em determinado grupo social, que, no final
traduzisse em reconhecimento político, o que seria o bastante para a ocupação
dos cargos públicos. Portanto, o discurso da esquerda lhes favorecia e,
inconscientes do que poderia ocorrer com a nação brasileira em sua cegueira
total, pelo desejo do poder que tudo lhes daria, vulnerariam as instituições do
Estado Brasileiro, sujeitando-o à perda, mais dia ou menos dia, da sua
soberania.
Os que à época foram
apeados do Poder pelo regime militar e, os que o desejavam pelas vias do
oportunismo com a visão de quem milita na esquerda – quando conhecida pelo
sistema socialista e comunista que imperou em décadas passadas em diminuta
parte da Europa, Ásia e, que permanece em parte desses continentes bastante
enfraquecido e, em vias de extinção, apenas resistindo na Coreia do Norte, na
China que já não mais se assemelha com este tipo de regime, dado o misto de
ditadura de partido com capitalismo e, na américa latina em Cuba – após a
abertura política retornaram com força total para a imposição de suas vontades
interrompidas pela vontade das instituições maiores pela ordem democrática que,
assim, se fizeram presentes através das igrejas, das maçonarias e, das Forças
Armadas guardiãs da soberania do Estado.
Conclui-se que, a visão
distorcida – excetuando-se alguns sonhadores filósofos e sociólogos e
universitários, por estes corrompidos em suas sandices – era mais em função do
oportunismo para se tomar de assalto a res-pública
(coisa pública), através do seu aparelhamento para o mau, em proveito próprio
na ambição do crescimento social pelo dinheiro que lhes facilitassem a vida
pelo resto de suas existências. Foi com estas características que se criaram os
partidos políticos após a saída dos militares do domínio dos Poderes da
República e, assim, está se desfazendo um país que foi economicamente e
socialmente desenvolvido na época dos governos militares a duras penas e
sacrifícios e, que hoje, os Poderes da República se confundem em um único; que
é o Poder Executivo nas mãos dos oportunistas, incompetentes, despreparados,
ladrões e corruptos. Poderes estes que devem ser resgatados a qualquer custo
para os verdadeiros caminhos da democracia e da segurança jurídica do Estado,
que não se confunde com o que aí está.
Há de ser reconhecido de
que na época do regime militar, convivia-se pacificamente com civis democratas
que de certa forma era o equilíbrio necessário, não tão somente para a
justificativa do próprio regime quanto para que a sociedade não trilhasse pelos
caminhos rumo à ditadura comunista. Dentre eles, destacaram-se: Tancredo Neves,
Ulisses Guimarães, Fernando Henrique Cardoso, Teotônio Vilela e, Sobral Pinto,
dentre outros não menos significantes. Era a necessidade de se manter políticos
da boa estirpe e compromissados com o que é público para a transição quando fosse
possível. Mas, por castigo ou por ironia, surgiram no caminho o Partido dos
Trabalhadores que agregou em seus quadros toda espécie de oportunistas,
vigaristas e sonhadores lunáticos remanescentes dos movimentos armados na época
do regime militar e deu no que aí está. Corrupção incontrolável, desmandos,
estado aparelhado em todas as esferas dos Poderes da República, a economia
corroída e, o que é pior, um grande contingente de indivíduos jogados à própria
sorte a soldo das esmolas e concessões despudoradas que lhes contêm na busca
pelas vias normais – as do conhecimento e da virtude! – e necessárias para o
crescimento profissional e social em uma sociedade sadia.
Estamos vivendo, um
momento propício para a mudança do que aí está. E, esta é a oportunidade da
transferência pacífica e legal dos Poderes da República e do Estado, que sob a
tutela de um representante maior – que não seja reconhecido como oportunistas e
egresso dos quadros que tomaram de assalto o Estado Brasileiro. E, no momento,
na corrida presidencial só enxergamos o Aécio Neves cuja vida e origem não há o
que se discutir com relação à capacidade de interpretação dos fatos sociais e
históricos, por que, já os viveu de perto e, cujo preparo é inquestionável,
além da grande capacidade para o diálogo e mediação de conflitos e, de sua
ilibada reputação.
É um momento difícil em
que o poder dos indecentes impõe o medo e o terror ao cidadão, principalmente,
no uso do aparelhamento das funções típicas do Estado onde estas são usadas com
intimidação contra os que não comungam com as suas ideias dos indecentes e,
especialmente, com os seus interesses. Destarte, os organismos públicos e seus
agentes sob o comando de dirigentes postos pelos políticos de ocasião se dão
por direito da perseguição àqueles que são por eles os seus desafetos políticos
e, contrários às suas ideias ou que resistiram à tentação da corrupção ao bem
dos corruptos e corruptores para o mal do Estado.
O único medo é o de que o
poder dos bons, ora representado por Aécio Neves, não consiga ser vitorioso
dado o tamanho do aparelhamento do Estado que inclui om sistema judiciário,
dentre os quais o eleitoral que não nos têm mostrado transparência e confiabilidade
– mesmo contando com a insistente propagando do TSE (inclusive com uma de cunho
subliminar quando se fala para não trocar o que está bom pelo ruim) sobre a segurança das urnas, o que leva à desconfiança
por afirmações até mesmo infantis. Sistema que, implantado a partir do Nordeste
poderá estar sendo um embrião de uma grande farsa e fraude eleitoral para
sustentação de resultados favoráveis aos esquerdistas e seus aliados nas urnas
gestadas para favorecimento da candidata petista. Daí, não restará remédio a
não ser a mobilização da sociedade, através das instituições ainda não
contaminadas pelo despudor e iniquidades plantadas pelos que dominam os Poderes
da República há doze anos.
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