Longo Adeus
*Nildo Lima Santos
Por que
tanta ternura se transforma em amargura...
Volvendo-me
em tempestades de prantos?!...
Por que do
amor tanta dor em largura?!...
Por que das
tristezas em mim em todos os cantos?!...
Seguirás com
o sorriso que foi meu um dia...
Amarás com a
realidade que só em mim viveu
Sentirás os
arquejos da paixão em agonia
Que atinge
este ser que ainda não feneceu.
Abrocharás
para a realidade vivida...
Encontrando-me
em todos lugares e pensamentos
Encontrarás
as horas, duras, perdidas...
Nas marcas
do passado que são monumentos.
Sempre
viverás para mim e em mim...
Mesmo em
outra caminhada e outra estrada
Nunca deixarei
chegar o teu fim...
Nem te
morrer em mim, bem amada.
Seguirás um
dia para o céu que acreditas...
Lá estarei –
não teu deus – mas pelo teu Deus...
Que por ser
teu é o meu, e te precipitas
Para o
cumprimento fiel de um longo adeus.
Brasília/1982
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