terça-feira, 28 de junho de 2016

Poetizando. Um direito de expor a alma, em: Longo Adeus

Longo Adeus
   
                                                                 *Nildo Lima Santos

Por que tanta ternura se transforma em amargura...
Volvendo-me em tempestades de prantos?!...
Por que do amor tanta dor em largura?!...
Por que das tristezas em mim em todos os cantos?!...

Seguirás com o sorriso que foi meu um dia...
Amarás com a realidade que só em mim viveu
Sentirás os arquejos da paixão em agonia
Que atinge este ser que ainda não feneceu.

Abrocharás para a realidade vivida...
Encontrando-me em todos lugares e pensamentos
Encontrarás as horas, duras, perdidas...
Nas marcas do passado que são monumentos.

Sempre viverás para mim e em mim...
Mesmo em outra caminhada e outra estrada
Nunca deixarei chegar o teu fim...
Nem te morrer em mim, bem amada.

Seguirás um dia para o céu que acreditas...
Lá estarei – não teu deus – mas pelo teu Deus...
Que por ser teu é o meu, e te precipitas
Para o cumprimento fiel de um longo adeus.


Brasília/1982  

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