terça-feira, 19 de junho de 2018

Agentes públicos e estado: os passageiros de um navio em naufrágio










Nildo Lima Santos. Consultor em Administração Pública e em Desenvolvimento Institucional


Os agentes públicos, assim como o estado, todos estruturados em função dos objetivos pensados e desejados da sociedade que nestes estão inseridos e que são reconhecidos nas suas funções, competências e atribuições, funcionam assim como uma grande embarcação que navega em um oceano conhecido e com muitas certezas, mas, que em certos momentos encontram desafios fortuitos que requerem maiores esforços e, especialmente, competências para navegar com tranquilidade e segurança em águas revoltas e por alguns  tormentos. Competências, experiências e passageiros tranquilos por se sentirem seguros, fazem com que a viagem seja seguida e siga a embarcação o seu rumo de forma natural e sem percalços.    

Assim é o estado que, para o navegar seguro e tranquilo com as certezas de se chegar aos objetivos pensados e planejados, individualmente pelos seus passageiros – que são os eleitores no processo de escolha dos agentes políticos – deverá ser conduzido com experiência e competência pelos seus agentes públicos (políticos e administrativos) e, os que escolhem, também, deverão ter a competência e capacidade de enxergar quais os condutores que estão a operar o barco, no caso: o estado, no compromisso e obrigação de conduzi-lo aos destinos sonhados e desejados pelos que nele estão embarcados. Em não existindo a capacidade de enxergar e se saber quais os pré-requisitos que indiquem a formação e capacidade do comando da embarcação e de seus imediatos mais diretos, e que são os responsáveis pela escolha da tripulação – que é de suma importância para o êxito da viagem –, no caso os eleitores, a viagem passa a ser de risco e poderá chegar a ser uma tragédia, considerando, que a embarcação poderá estar em mãos erradas, de inexperientes, despreparados, incompetentes, oportunistas e saqueadores cujos objetivos são de saquear o navio e os seus passageiros – no caso o estado e a sociedade em geral.

Portanto, o voto do cego que é aquele que não tem formação cívica, educacional, moral e política, e sistemas eleitorais que isto permita, são as bases de sustentação de déspotas e oportunistas e aventureiros nas suas convicções ou experiências na implantação de ideologias políticas em um estado que deixou de existir e jamais existirá ao bem da sociedade em geral. Portanto, conclui-se que o sistema político eleitoral arquitetado para este Brasil, bem como o sistema de Estado e sua política educacional que optou pela massificação da desinformação e negação da história real desta nação, jamais poderão ser reconhecidos como pressupostos ideais a uma democracia saudável e ao bem da sociedade sem distinções.

Não foi à toa que tiraram das escolas as disciplinas OSPB (Organização Social e Política Brasileira) e Moral e Cívica. E, também, não foi à toa que criaram cotas educacionais à revelia do mérito, negando-o, e que foram criadas faculdades e universidades que nada ensinam. Pois, a intenção era de enganar a população deixando-a sem a necessária educação e sem saber como o estado se organiza socialmente e politicamente. E, para maiores garantias na consolidação do domínio do estado pelos oportunistas, corruptos e comunistas, extraíram gradativamente da sociedade a noção de ética e de civismo e manipularam fraudando os dados estatísticos. Criaram-se gerações inescrupulosas que negam à pátria e à sua história, à família, aos bons costumes e ao próprio estado. Portanto, era necessário que o semianalfabeto e o jovem de 16 anos pudesse escolher e o semianalfabeto pudesse ser escolhido, pois, seria um imenso contingente de cegos a escolher aquilo que não enxergava e não enxerga, na representação do que seria escolhido, também cego, considerando o fato de, ainda, não ter a mínima noção de ética, moral e civismo. Foram os ingredientes para a destruição do estado em favor de uma leva de oportunistas que pensaram a Constituição Federal de 88 e que a modificaram em mais de uma centena de oportunidades nas emendas à mesma, descaracterizando-a e dizendo ser o Estado Brasileiro, ainda, não efetivo e definitivo. Portanto, não é à toa que está se sobressaindo neste exato momento o Supremo Tribunal Federal (STF) que se arvora e tem se colocado como a maior expressão nas decisões do Estado, inclusive, negando ao próprio Estado, quando negam o não cumprimento de leis que são quedadas em função de uma lei maior que são as suas interpretações e decisões de turmas que chegaram a esta condição pelos permissivos em um processo de escolha que já se enxerga danoso ao Estado e, portanto, à sociedade.  

O que estamos vivendo no Brasil, jamais poderá ser visto como democracia. O que existe mesmo: é uma ditadura de bandidos, oportunistas e despreparados que pilotam o estado carregando seus passageiros – a maioria enganados! – para o naufrágio onde a tragédia já se anuncia ser geral.     
     

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