Nildo Lima Santos. Consultor em Administração Pública e em Desenvolvimento
Institucional
Os agentes públicos,
assim como o estado, todos estruturados em função dos objetivos pensados e
desejados da sociedade que nestes estão inseridos e que são reconhecidos nas
suas funções, competências e atribuições, funcionam assim como uma grande
embarcação que navega em um oceano conhecido e com muitas certezas, mas, que em
certos momentos encontram desafios fortuitos que requerem maiores esforços e,
especialmente, competências para navegar com tranquilidade e segurança em águas
revoltas e por alguns tormentos. Competências,
experiências e passageiros tranquilos por se sentirem seguros, fazem com que a
viagem seja seguida e siga a embarcação o seu rumo de forma natural e sem
percalços.
Assim é o estado que,
para o navegar seguro e tranquilo com as certezas de se chegar aos objetivos
pensados e planejados, individualmente pelos seus passageiros – que são os
eleitores no processo de escolha dos agentes políticos – deverá ser conduzido
com experiência e competência pelos seus agentes públicos (políticos e
administrativos) e, os que escolhem, também, deverão ter a competência e
capacidade de enxergar quais os condutores que estão a operar o barco, no caso: o estado, no compromisso e
obrigação de conduzi-lo aos destinos sonhados e desejados pelos que nele estão
embarcados. Em não existindo a capacidade de enxergar e se saber quais os pré-requisitos
que indiquem a formação e capacidade do comando da embarcação e de seus
imediatos mais diretos, e que são os responsáveis pela escolha da tripulação – que
é de suma importância para o êxito da viagem –, no caso os eleitores, a viagem
passa a ser de risco e poderá chegar a ser uma tragédia, considerando, que a
embarcação poderá estar em mãos erradas, de inexperientes, despreparados, incompetentes,
oportunistas e saqueadores cujos objetivos são de saquear o navio e os seus
passageiros – no caso o estado e a sociedade em geral.
Portanto, o voto do cego
que é aquele que não tem formação cívica, educacional, moral e política, e
sistemas eleitorais que isto permita, são as bases de sustentação de déspotas e
oportunistas e aventureiros nas suas convicções ou experiências na implantação
de ideologias políticas em um estado que deixou de existir e jamais existirá ao
bem da sociedade em geral. Portanto, conclui-se que o sistema político eleitoral
arquitetado para este Brasil, bem como o sistema de Estado e sua política educacional
que optou pela massificação da desinformação e negação da história real desta nação,
jamais poderão ser reconhecidos como pressupostos ideais a uma democracia
saudável e ao bem da sociedade sem distinções.
Não foi à toa que tiraram
das escolas as disciplinas OSPB (Organização Social e Política Brasileira) e
Moral e Cívica. E, também, não foi à toa que criaram cotas educacionais à
revelia do mérito, negando-o, e que foram criadas faculdades e universidades
que nada ensinam. Pois, a intenção era de enganar a população deixando-a sem a
necessária educação e sem saber como o estado se organiza socialmente e
politicamente. E, para maiores garantias na consolidação do domínio do estado
pelos oportunistas, corruptos e comunistas, extraíram gradativamente da
sociedade a noção de ética e de civismo e manipularam fraudando os dados estatísticos.
Criaram-se gerações inescrupulosas que negam à pátria e à sua história, à
família, aos bons costumes e ao próprio estado. Portanto, era necessário que o semianalfabeto
e o jovem de 16 anos pudesse escolher e o semianalfabeto pudesse ser escolhido,
pois, seria um imenso contingente de cegos a escolher aquilo que não enxergava e
não enxerga, na representação do que seria escolhido, também cego, considerando
o fato de, ainda, não ter a mínima noção de ética, moral e civismo. Foram os
ingredientes para a destruição do estado em favor de uma leva de oportunistas
que pensaram a Constituição Federal de 88 e que a modificaram em mais de uma
centena de oportunidades nas emendas à mesma, descaracterizando-a e dizendo ser
o Estado Brasileiro, ainda, não efetivo e definitivo. Portanto, não é à toa que
está se sobressaindo neste exato momento o Supremo Tribunal Federal (STF) que se
arvora e tem se colocado como a maior expressão nas decisões do Estado,
inclusive, negando ao próprio Estado, quando negam o não cumprimento de leis
que são quedadas em função de uma lei maior que são as suas interpretações e
decisões de turmas que chegaram a esta condição pelos permissivos em um
processo de escolha que já se enxerga danoso ao Estado e, portanto, à sociedade.
O que estamos vivendo no
Brasil, jamais poderá ser visto como democracia. O que existe mesmo: é uma
ditadura de bandidos, oportunistas e despreparados que pilotam o estado
carregando seus passageiros – a maioria enganados! – para o naufrágio onde a tragédia
já se anuncia ser geral.
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