terça-feira, 23 de outubro de 2012

ESTRUTURA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE. Proposta da Secretaria de Saúde. Parecer




           O Secretário de Planejamento e Gestão Sr. Francisco Ferreira, encaminhou-me, para apreciação e inclusão no projeto de reestruturação funcional do Poder Executivo Municipal, proposta da Secretaria Municipal de Saúde, conforme Anexo, para a qual faço as observações neste instrumento, tendo como critérios a funcionalidade, a padronização, a racionalização, hierarquização e, a economicidade.

        A proposta, ora em análise, não prevê a função primordial de apoio administrativo ao titular da secretaria (Secretário(a) Municipal de Saúde) que é o padrão aceitável e adotado na estrutura das demais secretarias municipais, apesar de ter proposto uma Coordenação de Planejamento e Gestão em Saúde. O apoio administrativo ao titular, através de um Núcleo de Apoio Executivo é o elo de ligação direta entre o Secretário e, as estruturas de linha da secretaria (departamentos), nos moldes definidos para a estrutura do Poder Executivo. Portanto, peca por confundir tais funções com as funções de planejamento e gestão em saúde que são mais específicas e de maior abrangência, já que, a Secretaria Municipal de Saúde, por ter a prerrogativa de gozar de fundos próprios (receitas vinculadas) funciona com razoável autonomia financeira através da contabilidade de fundos e, portanto, não deve prescindir das funções chaves com atribuições básicas e preliminares que se relacionam ao agendamento do titular da Secretaria, à expedição e recepção protocolar de documentos dirigidos diretamente ao titular da secretaria ou por ele expedidos. Entretanto, considerando que, as atividades de planejamento e gestão de saúde são restritas ao âmbito da própria Secretaria Municipal de Saúde, poder-se-á, definir uma unidade de planejamento e gestão na posição de staff, inclusive, com a missão de cumprir a função de apoio executivo (administrativo) ao titular da Secretaria. Mas, desde que seja através de uma estrutura mais racional e leve para e, já que, a unidade de planejamento e gestão definida é cara, irracional, com prejuízos na hierarquização, sem padronização e, sem funcionalidade. A proposta para a unidade de planejamento e gestão (Coordenação de Planejamento e Gestão em Saúde) definiu níveis de supervisão desnecessários, com a criação de departamentos (02) como órgãos intermediários de supervisão abaixo de um outro órgão intermediário, também, que é o de Coordenação Planejamento e Gestão de Saúde. Portanto, a proposta deverá ser modificada observando-se, contudo o rol de competências, funções e atribuições necessárias para que seja estabelecida a delimitação da unidade administrativa.

         A proposta criou sete (07) unidades administrativas de segundo escalão que, com toda certeza, comprometerão os recursos da saúde apenas com as funções meios da saúde; contribuindo, destarte, para grandes e graves desperdícios de dinheiro público. A estrutura aparenta ter sido espelhada em estruturas de Municípios de grande porte, dado o tamanho com a quantidade de unidades e subunidades, totalizando 24 (vinte e quatro) cargos de supervisão.

        A proposta terá que ser melhor diagnosticada com entrevistas e, radiografias dos sistemas em operação, tendo como critérios a observação do volume de serviços e de recursos, a fim de que seja mais ágil, mais barata e funcional. Requisitos que não foram encontrados na mesma. Portanto, não poderá servir de uma base confiável, dentro do ponto de vista da análise e desenvolvimento organizacional, para a aceitação imediata e, sua aprovação a toque de caixa.

          Destarte, não é possível incluir a reestruturação da Secretaria Municipal de Saúde no projeto que queremos apresentar à Câmara Municipal, neste momento, junto com a proposta da implantação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo - SEMAT, por não termos o tempo suficiente para as análises necessárias para se definir uma estrutura viável para a Secretaria Municipal de Saúde. Um dos fatores de dificuldade é a falta de contacto deste consultor com os idealizadores da proposta, o que esperamos resolver para que seja possível se trabalhar uma melhor proposta sem os riscos de causarmos prejuízos ao erário público, seja por conta de amadorismos, de urgências, ou de corporativismos.

             Juazeiro, Bahia, em 10 de novembro de 2010.

Nildo Lima Santos
Consultor em Administração Pública
                     

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