quarta-feira, 1 de maio de 2013

As organizações e a síndrome da hidra louca


* Nildo Lima Santos.

As organizações, quando deixam de ser do tipo simples, com um único comando, especialmente, as organizações públicas e, por excelência, as estruturas de comandos dos entes estatais de direito público interno da administração direta, funcionam com características de comando, tal qual, a hidra. A hidra, na mitologia grega, era um animal fantástico, com misto de dragão com nove cabeças de serpentes e que habitava um pântano, junto ao lago Lerna, na Argólida, costa leste do Peloponeso.

A hidra, assim como as organizações, com inúmeras cabeças sobre um só corpo dependente dos comandos dos cérebros, naturalmente, tem o seu funcionamento sincronizado de tal sorte que, o corpo seja movido para o destino pensado pelos múltiplos cérebros no comando dos movimentos e ações deste corpo; os quais se tornam em um único comando para que, de fato, os objetivos sejam alcançados. A isto poderemos reconhecer que se trata de unidade de comando e, que poderemos reconhecer claramente, como o reflexo da hidra. Portanto, a organização, para que seja eficiente e eficaz, no alcance dos seus objetivos, deverá o máximo que possível ter o “Reflexo da Hidra”.

Quando uma ou mais de uma cabeça da hidra começa a se distanciar ou a perder as suas funções de comando os seus reflexos vão sofrendo hipertrofias e, o corpo já não mais funciona com a eficiência e a eficácia de antes. Passará então, o corpo da hidra, a ter movimentos incompreensíveis e demasiadamente pesados para as funções de comando que, exigirão, do cérebro principal, cargas extras nas funções cerebrais; que naturalmente eram dos menores e mais simples comandos que já detinham pelas habilidades inerentes à criatura que reconhecia, automaticamente, pela sua genética (criação),  em toda rede de impulsos orgânicos, as informações  necessárias ao exercício de suas funções meio e fins; no processo de execução de movimentos e ações em benefício do corpo como um todo. A esta hipertrofia e disfunções, poderemos reconhecer como: “A síndrome da hidra enlouquecida”. E, esta é a síndrome em que está vivendo o “Estado Brasileiro”.               

Imaginem uma hidra de quarenta cabeças que é a quantidade de comandos do Poder Executivo Federal  (presidente da república mais 39 ministros); e, onde o corpo do Estado se divide em vários outras cabeças e, cada cabeça com interesses e objetivos próprios e específicos e, que não são os que são determinados pela cabeça principal em função do corpo, como um todo, quando isto ocorre! Da mesma forma devemos raciocinar sobre as administrações públicas, em geral, seja dos estados ou dos municípios e, onde geralmente, a cabeça principal não compreende e não consegue emanar os comandos corretos. Portanto, é isto o Estado Brasileiro: “uma hidra enlouquecida”, assim como, grande parte das organizações privadas de nosso país.
        
(*) Bacharel em ciências da administração. Consultor em administração pública e, em desenvolvimento organizacional.  

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