Artigo escrito e publicado
em 2008 que já diagnosticava e chamava a atenção para o problema do Estado
Brasileiro. Que republico-o ipsis litteris.
Nildo Lima Santos
“Cada povo tem o governo que merece”.
Nunca na história deste país, este ditado foi tão bem efetivo e reconhecido em
sua assertiva, como está sendo nos efetivos dias do governo Lula. A palavra
povo tem sentido geral e, infelizmente, alcança também àqueles que se contrapõem
à determinadas ações do governo, e ao próprio governo em suas práticas. Povo,
neste sentido, representa a maioria. Ufa!!!
Felizmente! Senão o que seria para a minoria que tem a consciência do que
está errado e, a consciência das mentiras, da má fé para com a sociedade –
através da corrupção no aparelhamento do Estado – e do cinismo deslavado que
passou a ser pré-requisito para a ocupação dos cargos da União, em toda sua
extensão orgânica?! A minoria que teve a oportunidade da educação formal e
familiar, principalmente, onde foi aprendido de que a mentira não compensa e do
que é público é sagrado. Para a minoria que reconhece que a esmola oficial do
Estado, através do “Bolsa Família”, não é distribuição de renda, mas sim, a
forma mais cruel de aliciamento do cidadão, por condicioná-lo ao comodismo e à aceitação
do Estado corrupto, sem a consciência dos direitos que estão a lhe tirar: com a
imensa carga tributária imposta; com confiscos e restrições aos benefícios
previdenciários a que tem direito, inclusive, os do salário de benefício mais
digno sem o famigerado fator previdenciário; com a crise no sistema educacional
que não propicia a educação de qualidade; e, com a crise no sistema de saúde
que não propicia a assistência básica necessária e tão reclamada pela população
nas filas da morte. Crises que são epidêmicas e ocasionadas pelos desvios e
roubos costumeiros do dinheiro público, pelos padrinhos e, apadrinhados do
Poder - ora Republicano - que se instalaram nos órgãos do Estado Brasileiro para
onde levaram as velhas práticas crônicas do oportunismo e da corrupção sindical
que, ao longo dos anos, livremente, vêm dilapidando o dinheiro do trabalhador para
o benefício tão somente dos oportunistas de ocasião que dirigem as classes
trabalhadoras do País, sem pudor e sem as alternâncias necessárias para que o
processo democrático evolua e possibilite efetivamente dissipar todos os
malefícios e, todos os vícios existentes na política sindical que se fortalece
a cada dia com os instrumentos jurídicos oferecidos pelo Estado Brasileiro.
A
minoria - a que teve a oportunidade da consciência fácil do que está ocorrendo
com o Estado Brasileiro -, reconhece que o Estado corre o risco em sua
caminhada para a democracia plena e, tende a se transformar em uma ditadura.
Não uma ditadura de classes, mas, a ditadura dos “Dirigentes das Entidades de
Classes” que cambiaram os seus interesses das oportunidades econômicas que os
Sindicatos e as Centrais Sindicais lhes ofereciam, para as oportunidades
econômicas que o Estado Brasileiro está a lhes oferecer com fatores
multiplicadores infinitamente superiores. As estratégias são as mesmas: das
mentiras, do apadrinhamento, do clientelismo, do patrimonialismo, do nepotismo,
da demagogia, da propaganda em abundância, da perseguição e, do aparelhamento.
Portanto,
para os que têm a consciência do que é o Estado, este Estado do momento está
CORROMPIDO e não é o Estado ideal para a plena democracia e para o cidadão.
* Nildo Lima Santos é Bacharel em Ciências Administrativas ,
Pós-Graduado em
Políticas Públicas e Gestão de Serviços Sociais e, Consultor em Administração Pública.
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